sábado, 28 de julho de 2012

Uma pessoa que tem o verde intrínseco - incomoda muitos

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1127593-marina-silva-sempre-teve-boas-relacoes-com-a-aristocracia-europeia-diz-aldo.shtml
A presença de nossa guerreira, Marina Silva incomoda a comissão brasileira em Londres. Simplesmente porque eles não sabiam da sua presença, e muito menos que ela levaria a bandeira representando o Brasil. E, por acaso desde quando importa a agenda de Maria Silva para o governo brasileiro?
Se a comissão organizadora das Olimpiadas cometeu uma "garfe" com a troca da bandeira das Coréias, dessa vez merece aplausos pela escolha de um cidadão que realmente merece colocar a bandeira para o alto!!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Quebradeiras de coco - mulheres guerreiras


Presente nos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará a palmeira babaçu - Atalea speciosa Mart. ex. Spreng, é parte integrante da tradição passada de geração em geração nas famílias rurais desses estados. Desde cedo as meninas aprendem um ofício que é passado de mãe para filha: o de quebradeira de coco. A palmeira é uma das oleaginosas mais importantes do mundo, exerce função social importante, reunindo 400 mil quebradeiras de coco babaçu nos quatro estados produtores, principalmente Maranhão e Piauí, concentradores da produção. No caso do Maranhão, que detém um dos menores índices de desenvolvimento humano do País, essa atividade representa 50% da agricultura familiar. Mas a história dessas quebradeiras muda de acordo com o município em que vivem, já que nem todos adotaram a Lei do Babaçu Livre , o qual permite a entrada e coleta dos coco mesmo em terras privadas. E, mesmo após a aprovação estas guerreiras se deparam com cercas elétricas nas áreas particulares, jagunços das fazendas com armas brancas ou fortemente armados impedindo a entrada das trabalhadoras em áreas onde a lei já permitiu.

Análise de "casos e casos"

Apenas 10 mil quebradeiras se beneficiam com a lei e, se existisse uma escala para medir o nível de desenvolvimento das quebradeiras no processo de exploração do babaçu no Maranhão, as mulheres da região do Médio Mearim, mais precisamente no município de Ludovico, são as que ocupam o topo, pois além do benefício da Lei, foram assessoradas e apoiadas pela Unicef e hoje possuem uma cooperativa que fabrica sabonetes e óleo. Esses produtos são exportados para Europa e Estados Unidos. Uma rede de cosméticos inglesa, conhecida por valorizar as comunidades nativas e na preservação da natureza, paga pelos produtos o dobro do preço.


Em Timbiras a situação das quebradeiras é distinta, não existe cooperativa, nem apoio internacional. No entanto, aos poucos, com a assessoria do Instituto de Apoio Comunitário, as famílias passaram a otimizar a produção de carvão feito com a casca do coco de babaçu. Paulo Roberto, membro do Instituto conta que antes o carvão era feito de forma ainda mais artesanal e que somente quatro latas do produto eram produzidas por forno. "Fazia-se um buraco no chão e ali colocava-se a casca para queimar. Com o novo método criamos fornos desenvolvidos a partir de ninhos de cupim feitos de barro. Esse material é misturado com areia e tem a consistência de cimento. Fazemos fornos altos e a produção agora é de 35 latas", explica.


Quebradeiras organizadas


Os conflitos pela posse de terra na região do município de Timbiras desde meados dos anos 80, onde os moradores tinham suas casas destruídas a mando dos coronéis e pela própria polícia, deu origem a uma organização: a Associação de Assentados (Assema). A entidade auxilia a cooperativa de quebradeiras de coco de babaçu e aos poucos tem mobilizado os pequenos agricultores para um sistema agroextrativista voltado para a sustentabilidade. Combinando agricultura orgânica e extrativismo no mesmo pedaço de terra.


O Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu(MIQCB) organizou em dezembro último o 5º Encontro do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu, com a presença de castanheiras do Peru e Bolívia, onde houve intenso intercâmbio de projetos e ideias.



Reflexão

Como essas mulheres são guerreiras!!Tanto as que conseguiram se organizar e valorizar os seus produtos chegando a exportar (claro que com a ajuda de instituições não-governamentais) e mais ainda as que conseguem literalmente sobreviver no sistema, com suas batalhas na busca de palmeiras, na quebradeira do coco e na vitória de sua comercialização.

E, só tenho a ressaltar que necessitamos de instituições locais e externas que atentem para os grupos que por falta de apoio de pessoas dedicadas seja da sociedade civil ou da mobilidade dos órgãos de extensão estaduais, atentem para o seu papel extensionista e se juntem a grupos como a Assema e fortaleçam a classe dessas guerreiras.

Ameaça

A palmeira é protegida de corte no estado do Maranhão, em caso de pedido de supressão no órgão de licenciamento ambiental do estado, o analista ambiental do órgão analisava as condições do empreendimento e estabelecia a compensação ambiental para a supressão requerida.
Na capital maranhense a proibição foi alterada depois do dia 13 de maio do ano passado, a Assembleia do Maranhão aprovou a lei nº 9.370. A norma permitia a derrubada de babaçuais na zona urbana de São Luís, facilitando a construção de novos empreendimentos residenciais e comerciais na capital maranhense, a cidade é cercada por parques onde a presença da palmeira ainda é considerável.

No final do ano passado, blogs e jornais locais afirmaram que vários deputados receberam dinheiro do Sindicato das Empresas de Construção Civil (Sinduscon) após essa mudança na legislação ambiental do Estado. Um dos maiores beneficiados teria sido o deputado estadual Stênio Rezende (PMDB), autor da lei 9.370. Somente o pemedebista teria recebido R$ 1,5 milhões de empreiteiros.
A corregedoria da Assembleia Legislativa iniciou uma investigação a pedido do deputado estadual Carlos Alberto Milhomen (PMDB), mas o corregedor, Jota Pinto (PR), disse que não havia elementos suficientes para levar a apuração à frente. Deputados da base de oposição e também da base do governo Roseana Sarney (PMDB) na casa não concordaram com a conclusão da corregedoria da casa. O pedido de investigação causou mal estar principalmente na base aliada e, após as denúncias, os deputados maranhenses revogaram, por 28 votos a quatro, a lei 9.370.
Em dezembro, os promotores Marcos Valentim Pinheiro Paixão e João Leonardo Sousa Pires Leal, respectivamente titulares da 22ª e 23ª Promotorias de Justiça Especializadas na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, encaminharam ofício à Assembleia buscando maiores informações sobre as investigações internas na Assembleia....A novela do judiciário continua. E, para a supressão das palmeiras no estado volta a seguir o procedimento anterior à lei, ou seja, proibida com com a "brecha" de ser suprimida com imposição de compensação pelo analista da secretaria estadual do meio ambiente.



Fonte: Adital: Notícias da América Latina e Caribe ; EcoDebate - Cidadania & Meio Ambiente com adaptações; Último Segundo - IG.
Vídeo: Momento ambiental - Não deixe de ver.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O código Florestal - uma ameaça legalizada está batendo na porta

Não poderia estreiar este novo projeto com uma notícia e esclarecimentos a respeito da mudança na lei nº 4.771/1965 -  Código Florestal Brasileiro. 
Essa mudança está em fase de negociação em Brasília, rodeada de interesses pessoais, nacionais e até internacionais... a governança mundial está de olho na exploração dos nossos recursos. 

A Comissão Mista que analisa a Medida Provisória 571/12, que altera o novo Código Florestal, aprovou no último dia 12 de julho– com 16 votos a favor e 4 abstenções – o relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
Em seu parecer, o relator da matéria manteve a exigência de recuperação de 20 metros de mata ciliar nas médias propriedades, de 4 a 10 módulos fiscais (unidade expressa em hectare, fixada para cada município) não podendo ocupar mais do que 25% da propriedade.
Conforme análise de Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, “todas as emendas acatadas pelo relator da Medida, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), foram de autoria dos ruralistas e prejudicam muito o meio ambiente”.
Os 343 destaques serão analisados no dia 7 de agosto, após o recesso parlamentar. Em seguida, a MP segue para os Plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Fonte: SOS Mata Atlântica com adaptações.

Sejam bem-vindos!

Sejam muito bem - vindos a este espaço virtual que tem como proposta um caráter informativo e educacional em uma visão holística do ambiente.
Apesar do título " matas brasileiras" restringir às florestas - Estarei sempre buscando notícias que tragam à tona denúncias e realidade que acontecem em nosso meio, e que de forma direta ou indireta atinge não só as matas brasileiras, mas as mundiais e não só os pulmões e qualidade de vida dos brasileiros mas de todos os seres que habitam neste mundo. E lógico mostrando que, apesar de muitos acharem que "tudo só piora" a cada dia, existem verdadeiros cidadãos e comunidades que fazem jus a viver na Terra, simplesmente por buscar viver em harmonia com o próximo e com os elementos. Uma eterna busca...